De Jerusalém a Abundância
O primeiro DVD da sérieJornada de Fé fala da viagem realizada pelo Profeta Israelita chamado Leí e sua família no ano 600 a.C., e do seu êxodo partindo de Jerusalém, atravessando o deserto Arábico pela costa.O segundo DVD da série Jornada de Fé aborda a cultura religiosa, a terra, e os idiomas que circundava os descendentes de Leí e Saria no Novo Mundo. O Filho de Leí, Néfi, inicia o Livro de Mórmon aproximadamente em 600 a.C., preservando-o por meio da inscrição em placas de metal. A narrativa não veio à luz até o ano de 1820, quando por divina revelação, Joseph Smith foi guiado ao lugar onde as placas estavam enterradas, um monte no estado de Nova Iorque. Deles ele traduziu o Livro de Mórmon: Outro Testamento de Jesus Cristo.
O Livro de Mórmon contém o registro de diferentes povos pelo período de mil anos, harmonizados pelo resumo de um pai e um filho, Mórmon e Moroni, que viveram por volta do ano 400 d.C., incluindo a visita de Jesus Cristo ao povo Nefita depois de Sua ressurreição.
Este primeiro artigo fala sobre as evidências externas que incidem sobre o que foi descoberto a respeito da jornada de Leí de Jerusalém até a costa no sul de Omã, de onde ele e sua família partiram para o Novo Mundo.[1]
Em 1976, Lynn e Hope Hilton viajaram para a Arábia Saudita e o sul de Omã para tentar estabelecer o ponto do qual Leí e sua família partiram para as Américas.[2] Na sequência da primeira viagem, varias incursões foram feitas, não só para descobrir onde se localizava “Abundância” (ver 1 Néfi 17:05), mas também o percurso que Leí e sua família fizeram quando partiram de Jerusalém.
S. Kent Brown fez uma extensa pesquisa, tanto sozinho quanto com uma equipe de especialistas de várias universidades sobre a antiga rota comercial conhecido como a Trilha do Incenso—a provável via de Jerusalém. Esses achados têm sido uma característica regular do Diário do Livro de Mórmon e Outras Escrituras da Restauração.[3]
Jerusalém
Muito trabalho tem sido feito para ancorar o registro do Livro de Mórmon daquilo que é conhecido da Jerusalém do ano 600 a.C.. Em 2004, o Instituto Maxwell publicou Vislumbres da Jerusalém de Leí, editado por John W. Welch, David R. Seely, e H. JoAnn Seely.
Este livro tenta responder a tais perguntas e revelar partes daquele mundo. Muito do que existia naquela época foi perdido para sempre. As admoestações dos profetas sobre a destruição Jerusalém pelos babilônios logo após a fuga de Leí. O Templo de Salomão e as muralhas da cidade foram derrubados. Edifícios foram queimados. Tesouros foram saqueados. Pessoas foram mortas ou deportadas. Muitos dos registros foram destruídos, e certas crenças religiosas foram alterados ou extintas. A maioria do que sabemos sobre estes eventos é proveniente dos relatos escritos por alguns dos sobreviventes e influenciados por seus preconceitos. Evidências arqueológicas e textuais nos permitem obter apenas um vislumbre deste acontecimento. Cuidadosamente ligados entre si, no entanto, esses instantâneos se misturam em um olhar útil e interessante.[4]
O Vale de Lemuel
O primeiro marco descrito no relato da viagem da família de Leí no deserto, além das fronteiras da Judéia é o “Vale de Lemuel”, assim chamado por Leí:
“E ele [Leí] desceu pelos limites perto da costa do Mar Vermelho; e viajou pelo deserto, do lado mais próximo do Mar Vermelho; . . . E aconteceu que depois de haver viajado três dias pelo deserto, ele armou sua tenda num vale, à margem de um rio de águas. . . . E também disse a Lemuel: Oh! Tu poderias ser como este vale ( 1 Néfi 2:5–10). A partir de então, ele foi referido como o “Vale de Lemuel” (ver 1 Néfi 2:14; 9:1; 10:16: 16:6). S. Kent Brown,ao resumir as tentativas para descobrir a localização do vale, determinou que Wadi Tayyib al-Ism, no noroeste da Arábia é um candidato muito provável:
O cânion, chamado Wadi Tayyib al-Ism, parece se encaixar perfeitamente com a descrição de Néfi de um “vale firme, constante e imutável”, com um “rio, continuamente correndo” (1 Néfi 2:9-10). Este achado se encaixa ainda mais no perfil porque as pesquisas concluíram que “o Mar Vermelho. . . não possui nenhum afluente. Neste contexto, o Mar Vermelho é único. “Apenas na costa do Iêmen se encontram rios perenes como o Wadi Hagr que desembocam no sul, mas não no Mar Vermelho.
O fato de que atualmente este rio não desemboca no Mar Vermelho poderia desqualifica-lo como tal, mas, Brown continua a explicar que, com o passar do tempo o terreno tem se elevado de modo que, “existe clara evidência geológica que o litoral noroeste da Arábia tem se elevado. . . . todos os indicadores geológicos apontam que o rio localizado no cânion de Wadi Tayyib al-Ism na antiguidade desembocava no Mar Vermelho.” [5]
Naom
Enquanto Leí e sua família, e agora também com a família de Ismael, cujos filhos se casaram com aqueles da família de Leí (1 Néfi 16:7), viajavam pelo deserto, Ismael morreu: “E aconteceu que Ismael morreu, e foi enterrado no lugar chamado Naom (1 Néfi 16:34). Mais uma vez, Kent Brown resume para nós o significado desta menção aparentemente insignificante,
Hugh Nibley e outros depois dele notaram a frase passiva, “o lugarchamado Naom” (enfase adicionada),conota que o nome já havia sido atribuídas a essa área por moradores locais antes que o clã de Leí ali chegasse. Ao contrário do caso do “Vale de Lemuel”, o pai Leí não conferiu um nome para este local. Outras pessoas já tinham estado lá e eles tiveram que lidar com a sua presença.
Em um “templo Baran localizado em Marib, a antiga capital do reino de Sabá, que fica a cerca de 112 quilômetros a leste da moderna Sanaa, capital do Iêmen”, um antigo altar com a seguinte inscrição foi descoberto, um certo Biathar . . . um Nihmite”, doou o altar do templo. [6]A existência da raiz * NHM (os antigos idiomas semitas não tinham vogais), é um forte indício da existência de um antigo lugar chamado Naom no Livro de Mórmon.
Abundância
Se um grande esforço tem sido feito para localizar o Vale de Lemuel e o lugar do enterro de Ismael, não é nada em comparação com a extensão das incursões arqueológicos para tentar estabelecer onde Néfi construiu seu barco e da onde partiu para o Novo Mundo, “E permanecemos no deserto pelo espaço de muitos anos, sim, oito anos no deserto.E chegamos à terra a que demos o nome de Abundância, por causa das muitas frutas e também do mel silvestre” (1 Néfi 17:4–5).[7] O consenso é de que em algum lugar ao longo da costa sul de Omã (uma área rica em portos naturais e vegetação), as condições eram tais que o filho de Leí, Néfi teria sido capaz de encontrar o material necessário para construir um barco. Além disso, as famílias teriam sido capazes de viver lá tempo suficiente, e encontrar água e comida adequadas, para a realização de um empreendimento tão grande.
[1] O Instituto de Estudos Religiosos Neal A. Maxwell já publicou vários livros que lançam luz sobre as antigas origens do Livro de Mórmon. Por exemplo, Daniel C. Peterson, Donald W. Parry, e John W. Welch, eds., Echoes and Evidences of the Book of Mormon (Provo, UT: FARMS, 2002). A emblemática publicação do Instituto, agora intitulado Journal of Book of Mormon and Other Restoration Scripture,publicou vários artigos que tratam das evidências internas e externas ao longo dos anos. Há um livro auxiliar para o primeiro Journal of FaithDVD: Journey of Faith: From Jerusalem to the Promised Land.
[2] See Lynn and Hope Hilton, In Search of Lehi’s Trail (Salt Lake City: Deseret Book, 1976). O leitor é convidado a abrir as versões PDF dos referentes artigos aqui para ver as ricas fotografias e ilustrações que a acompanham.
[3] Ver, por exemplo, o debate, “Planning the Research on Oman: The End of Lehi’s Trail,”; “The Hunt for the Valley of Lemuel,”; “New Light: Nahom and the ‘Eastward’ Turn,”. Veja também, “The Golden Road,” no Journey of Faith livro auxiliar.
[4] “Introdução,”.
[5] S. Kent Brown, “Hunt for the Valley of Lemuel.”
[6] S. Kent Brown, “‘The Place That Was Called Nahom’: New Light from Ancient Yemen,”. Uma pesquisa no site do Instituto Maxwell para “Naom” permitirá ao leitor que veja vários artigos que confirmam esta evidência.
[7] See, for instance, Warren P. Aston, “The Arabian Bountiful Discovered? Evidence for Nephi’s Bountiful,”; Richard Wellington e George Potter, “Lehi’s Trail: From the Valley of Lemuel to Nephi’s Harbor,”; Wm. Revell Phillips, “Mughsayl: Another Candidate for Land Bountiful,”.